Veetshish Om

Eu te convido
A permanecer Comigo
Vem!

Aqui Sou;
doce e louco
como nenhum ópio da Terra conseguiu,
Delicado e rascante.

Vem, permanece aqui!
A festa é eterna e silenciosa!

«««««********»»»»»»»»

Tua imaginação não pode me tocar.
Antes do difuso limite
some som pensamento coisa.

Antes do difuso limite
- portal inexistente -
o implacável soprodo Espírito
varre tudo,

E do lado de dentro do abismo
nenhuma ilusão faz habitação.

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Piso com pés alheios
o chão impalpável

Os olhos criam as coisas
quando as tocam

Virtual dança dos átomos
onde o rio da existência
escorre, estático, imóvel
a eternidade divina do Nada

*****########***********

O eco da mente
ressoa repete
incongruentes sons
sem nenhum sentido
no Agora

Apenas ecos futuros
               projeções passadas

E, no Agora, vão infinito,
o doce mel do silêncio
dissolve a teia dos fios incongruentes

Com os olhos limpos
a Face da Presença
aparece prédio nuvem pessoa

No colapso dos sentidos
a Vida é

A Vida
única
Verdadeira Vida

***######*****

A única coisa que satisfaz mesmo a vida é nada!
:-)

****#####*****

A SEDUÇÃO DO SAGRADO

Tão delicada e intensa sedução!
Basta uma gota
E o corpo e a mente
se voltam completamente para Ti!
Só a Ti desejam.
Só em Ti pensam
Até que, enlouquecidos
ds mais sublimes sensações
dos mais belos pensamentos
se entregam

Ainda que avisados
da morte iminente e inevitável,
se entregam
e somem....

****####&&&###***

DESLIMITES DO SER

onde quer que tocam
olhos imagens sons
Paisagens externas
Deslimites do ser

o que quer que surjam
pensamento sentindo sentidos
paisagens externas
Infinito ser

Mistério invisível
paisagem interna
identidade eterna
sem forma sem cor
Beleza invisível
incognoscível
puro saber
sem objeto
sem dois
espelho vazio
deslimites do ser


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Que formas?

onde o sonho abre os olhos
miríades de mundos surgem
cada mundo é só o seu mundo
único
desconexo
babel

onde o acordar abre os olhos
um só e mesmo real
que formas?
A G O R A
o vazio dança
não-dança
desperta
é

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Raiância

Raia irradia
brilha
centro radiante
em todo lugar
de todo lugar
esvaziar o quê?
nada há
só nada há
só o nada é
em todo lugar
lugar nenhum
tudo cabe
tudo é
entrar
penetrar
portal inexistente
salto no fundo
no centro da mente
borda do lado de lá
sem limites
do infinito
desaguar no mar
de si mesmo
ser

###****####

As palavras sublimes
só cabem no avesso das coisas
Na não coisa:

Perfeito
Absoluto
Todo
Nada
Verdade
Vida
Beleza
Eterno
Infinito
Sempre
Nunca
Completamente
Tudo
Exato
Vazio
Amor
Sagrado
Divino

Noutros lugares
elas transbordam
E erram

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Permita-me dizer-lhe:

Aquele que busca a Natureza Divina
NUNCA chega ao final de sua jornada.

Ao chegar,
não tem mais o buscador!

###&&&****###&&&***###&&&***:-)

Sua, transpira, corpo!
É muito para ti!
Tensiona, contorse!

Depois descansa.

A luta é vã!
contra moinhos de vento
da tua imaginação!

E ri:
foste enganada!

No descanso,
celebra.

Não há nada.

&&&******&&&&&&

Satsang, reunir com a Verdade: é ir-se desarmando daquilo que se tornou suas estratégias de ser e construiu sua auto-imagem.
Todo senso de identidade tem sua história, seu script. O roteiro.
Em Satsang, a inquirição "quem, ou o que, sou eu?" é um convite para abandonar todas as histórias. O que subjaz por trás das histórias?
É uma radical mudança no senso de identidade.
E perceba, não é um acréscimo, mas um desfazer-se. Aqui, não há nada a ganhar, a adquirir. Muitas vezes a mente diz que isso não é para ela. ficamos demasiadamente condicionados a buscar apenas o que nos acrescenta algo.
Aqui é um espaço comum, todos com uma mesma intenção de saber que a felicidade, a paz não tem nada a ver com obter. Ao contrário, ela é acessível quando nos desarmamos do pequeno eu.
E quanto mais vai se desarmando dos jogos dos conceitos, que repetem como um eco na mente (estou aqui, sou eu), vai se desarmando do ator por trás do papel, e o que acontece de mais maravilhoso é a chance de perceber que não tem nenhum eu, na verdade.
Assim alcança-se a realização sem palavras da Presença, ela mesma.
Agora você está sendo esta resposta viva!

 E neste desarme, na abertura, tudo ressoa.
Se há pensamento, se não há, se há sentimentos ou não, apenas a identidade não está colocada, confinada dentro deles!

A quietude ressoa no corpo, nos ossos, não mais tensos. Uma vibração. A resposta viva a "quem sou eu?", não o mundo de conceitos, mas uma revelação sincera da abertura, do desconhecido. No centro do desconhecido, a consciência viva, maravilhosa.
Não um eu, mas a dança do vazio (como diz Adyashanti)!

Não é necessário se abrir, ou se abrir mais, mas reconhecer a abertura que já está aqui, agora! Assim, perceber como o Mistério está em tudo, tomando conta de tudo, sendo tudo! Sem limites e sem divisão.
Sinta isso agora. Está aqui, estamos aqui para isso, nisso, com isso, como isso...
Às vezes parece que as coisas embolam, a vida fica confusa. É o foco que se fixou em uma só coisa!
Com abertura do foco, o próprio Mistério organiza, gerencia tudo. E tudo está bem, mesmo que não pareça bem!


POEMA 1

ONDE É O DENTRO?

Quando era pequena, tinha uma adivinhação
que eu adorava!
A pergunta era inteligente:
"Quantos lados tem uma xícara?"
(Variavam as coisas: "...uma bola?" ou "...um círculo?")
A resposta era difícil.
O pensamento pulava de um lado para outro tentando entender,
quase nunca adivinhava
que eram dois lados:
o de dentro e o de fora!

O tempo passou...
Eu cresci,
e a pergunta, agora, de inteligente virou sábia:
"onde é o dentro de você?"

É bom explicar melhor.

Tem o dentro de casa,
o dentro do quarto,
dentro do armario
e do sapato,
Tem dentro do mar e dentro da montanha
dentro da bala e dentro do pastel...
Tem dentro da cabeça, dentro da barriga
dentro do universo, dentro do átomo.
Tem dentro do pensamento, onde moram as ideias,
dentro das emoções tem a alegria, o amor, o medo e a raiva,
Tem dentro da memória, aquilo que passou
dentro do desejo, o que pode vir,
dentro da minha vontade tem o querer.

Todos esses dentros
estão fora
de mim
que reconheço
cada um desses lugares.

Então...
Onde é o dentro de mim?!
Se cada coisa que olho e falo
é fora,
se todos os lugares que percebo são fora,
cadê o dentro de mim?!

O dentro de mim não é lugar...
O dentro de mim é lugar nenhum
é um onde que não posso encontrar.

O dentro de mim é o que sabe
tudo que vem pelos sentidos.
Sabe das cores e das formas,
da luz e da escuridão,
sabe dos ruídos e da música,
do canto dos pássaros,
e o rugir das máquinas,
dos barulhos do dia e do silêncio da noite.
Dentro de mim sabe dos cheiros de café,
dos perfumes e do chulé.
Do gosto do bolo e do macarrão,
sabe do frio e do calor.
Sabe de todo sentir e,
mais ainda,
sabe que sinto!
Sabe das coisas que vejo e do ver,
das coisas que ouço e do ouvir...
Sabe que sinto e o que sinto
nas emoções também.
Sabe que tem alegria ou tristeza,
paz ou agitação,
sabe dos medos e das coragens,
que elas acontcem e desacontecem.

E  Eu... Eu, porém,
continuo, sempre.

O dentro sabe dos pensamentos,
se estão calmos ou ansiosos,
se a mente está cheia ou vazia.
Sabe mesmo que a mente pensa.

Este DENTRO
- não lugar -
está em todos os lugares
e é isso o mais profundo
que
só posso
SER!

(gratidão, Satyaprem)

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QUE TEMPO É ESSE, AGORA?

O relógio tem um tempo
que escorre, sempre igual,
segundo após segundo.
No tempo do relógio
os números são assim:
Tem sempre a mesma distância
entre o que passou e o que está por vir.

O tempo da sensação
não se importa com o relógio...
Às vezes o tempo fica comprido, mais devagar
Quando vou ver,
o relógio mal andou
e tanta coisa aconteceu!

Nem respeita o sentimento
que queria, muitas vezes,
que o tempo andasse rápido
para o momento chato passar,
em vez de escoar assim, tão devagar,
arrastado, entediado...

Outra vez é bem o oposto:
passa assim tão rapidinho
que mal começou a brincadeira
já deu hora de acabar.

O relógio tem um tempo
que não é o tempo da Vida
incerto, oscilante
um mutante
incessante.

O tempo tem seu tempo
que estica e diminui.

E eu, que vejo o tempo
passando sem parar
vejo tudo, tudo mudar.
A mudança é que marca
o tempo a passar.
É o sinal que aponta o infindável desfiar
da dança da vida.

E Eu, que vejo tudo dançar
tudo nascer e depois acabar,
só Eu, que observo,
nunca estou a mudar.

A sensação sempre muda
o pensamento flutua,
as emoções vêm e vão,
e este, observando
as lembranças, a memória,
a imaginação com seus desejos,
as palavras e as idéias,
tudo dançando na mente
vindo, indo
impermanente.

E Eu, sempre AGORA
que nem tempo não é
esse AGORA fora do tempo
que nunca passa, sempre É,

esse Eu, sempre presente,
que nunca começa ou termina,
é o que Sou, sempre fui:
essa Totalidade Infinda
onde tudo o mais aparece
para em seguida extinguir.

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